a madame que deu a costa IX

No dia em que ela deu à costa, deu à costa com tudo o que mais gostava: com um peixinho vermelho e um coração que de pouco lhe servia.
Já em terra seca..surgiu um cliente habitual daquele tão peculiar lugar. Surpreso por encontrar tão estranho peixe pela manhã, logo correu para ver de que tão rara encomenda se tratava.
A menina assustada, viu o seu pequeno mundo feito de água entornar e quis voltar para casa. Porém, ele não lhe queria fazer mal, apenas queria saber coisas do fundo, coisas vindas das profundezas.
Mas o fundo é tão mau para se viver sozinho, disse-lhe ele. Foi por isso que a menina deixou-se ir para nunca mais voltar sozinha e deixou que que o homenzinho fizesse parte dela.
O seu coração vivia agora numa outra mão. Os seus sonhos deixaram as profundezas para viverem à superfície.
Nesse dia...ela correu para o mar como nunca outrora o tinha feito.
A menina pensava que nada a faria mais feliz que o sorriso de um peixinho vermelho mas enganou-se...e deixou o seu pequenino amigo bonito ir. Pois há sempre um peixe maior para cuidar de nós...e se não for um peixe...há de ser um outro bicho qualqer.